7.6.10

Sejamos sinceros, por mais que doa nos olhos ler a tradução de Filho da Pátria para American Son no gibi do Aranha publicado pela Panini, um dia isso será um clássico como hoje são as revistas da editora Bloch. Não a editora é memorável por suas traduções de nomes como Jonny Tempestade para Jonny Storm, como também pelo seu esquema de cores inovador para alguns personagens como o Dr. Destino. Como vemos abaixo...


Outra coisa memorável na Bloch, era a incrível liberdade com que lidavam com a "continuidade" e com o "contexto". O Quarteto Fantástico, por exemplo, como se nessa publicidade (onde se nota que Reed era loiro) aplicava toda a grana não em pesquisas, mas na poupança Grande Rio.

. Tudo isso aparentemente faz parte do passado, embora alguns editores aloprados ainda deixem que expressões comopassar cerol na mão” sejam usadas em mangas (que finos), os quadrinhos são tratados como coisa de gente que tem senso crítico independente da idade. Adaptações ainda ocorrem, mas dificilmente cruzamos com coisas comoVespa Wilma”, como Wasp era chamada pela Ebal, ou Cavaleiro de Prata, para Cavaleiro da Lua na RGE.






4.6.10

Tive poucos chefes, a maioria da pior qualidade, o que me levou a preferir o trabalho freelance, mesmo com todos os transtornos. O ponto é que uma chefa disse uma vez, que há coisas que devem ser faladas, coisas que devem ser escritas... Enquanto olhava pra ela e imaginava, que há coisas que queria lhe dizer que deveriam ser gesticuladas. O caso é que estou retomando o Blog do Diário Prático para tratar do que escapa ao podcast.
Um dos assuntos que tratei na última edição do Diário, foi sobre minha mudança. Não vejo como uma simples mudança, mas quase como uma crise, onde tive de revisitar uma década da minha vida de material acumulado. Desde 2001, fiz e deixei de fazer várias coisas. Comecei a década como paisagista, e acabei como estudante de pós. Passei por tratamentos hospitalares, estudei arte, editei material, e tudo isso estava ali no que acabou virando um grande lixo. Carreguei apenas o relevante, e ainda assim foi muita coisa.
Montei uma caixa que em especial se fez uma experiência interessante. De todas as coisas que tenho, de revistas e livros, nela coloquei o que de fato é importante para mim. Na verdade me surpreendi com o resultado porque, por exemplo, não havia nada de Eisner. A caixa acabou contendo coisas como Noman Rockwell, Matisse, Gustav Klimt, Chagal, revistas Newtype (várias), trabalhos de Ben Caldwell, Travis Charest, Chris Ware, um álbum francês de piratas que não lembro o nome (e não vou ver pra evitar a fadiga) livros teóricos como Escrito a Mano (que recomendo, busque pelo ISBN: 8425219531), e outras coisas como Forever Young do Bob Dilan, The Once and Future King, contos do Oscar Wilde e Andersen e um livro de ilustrações de Naruto do Kishimoto. Um conjunto bem diverso. É engraçado perceber as coisas que são relevantes pra você, e há uma ironia nisso: a caixa ficou pesada demais para levantar, e tive de dividi-la em duas.
Moral da história: As coisas mais importantes da sua vida devem se limitar àquilo que você pode carregar.