23.2.06

Os Gibis de Minha Mãe

Minha mãe é uma autentica leitora de quadrinhos. Não que ela colecione pilhas e pilhas de gibis, mas ela já leu bem mais títulos diferentes do que eu...E olha que eu já comprei muita coisa, mas a impressão quando penso no que ela falava é que eu já li muito do mesmo. Tenho leves lembranças dos gibis do Brazinha e Brotoeja, e lembro dela falar de Pafúncio, contar detalhadamente histórias dos Sobrinhos do Capitão, Fantasma, Mandrake, e mais um sem fim de personagens que não lembro. Minha mãe me ensinou a ler com gibis, ficava ao meu lado lendo as histórias e fazendo vozes. Desse período lembro levemente das histórias do Pererê, sobretudo a da manga com leite, e mais nitidamente uma história que leu pra mim na praça em que o Cebolinha dormia sobre uma tartaruga e ia parar em um reino submarino. Lembro quando já era praticamente adolescente, e comecei a ler gibis de super-heróis, eu ainda gostava que ela lesse as histórias para mim, principalmente, se não unicamente, os Defensores. Eu me divertia muito com as vozes que ela fazia, e como aquilo casava com cada um dos personagens, sobretudo a voz afeminada que fazia para o Príncipe Submarino. Acho que de tudo que sei, e já falei sobre quadrinhos, minha mãe me ensinou o mais importante. Sim, podemos divulgar idéias, fazer discursos e uma infinidade de coisas com os quadrinhos, mas nunca vou esquecer que a primeira obrigação do quadrinho é ser agradável, é divertir. Se não for assim vira obrigação, compulsão...Vira algo que infelizmente existe, espanta o público, e que eu nunca entendi.